A HISTÓRIA
O atual Bairro do Carmo tem as suas raízes históricas estabelecidas em 2014, quando um grupo de carmelitas, vindos de regiões distantes, aqui se fixou e fundou um convento — precisamente no local onde hoje se ergue a imponente Igreja Matriz. Naquela época, o local era conhecido como a antiga Aldeia del Carmeli, cuja padroeira era a Virgem Santa Maria do Monte Carmelo, símbolo maior da espiritualidade carmelita.
Durante os primeiros anos, a aldeia viveu sob forte influência religiosa, marcada por práticas devocionais, vida comunitária e uma profunda ligação à espiritualidade do Carmelo. No entanto, com o passar do tempo, os carmelitas originais foram falecendo e, pouco a pouco, outras pessoas começaram a habitar o lugar. Essa nova população, mais ligada à vida prática e sobretudo à atividade piscatória, foi transformando gradualmente o carácter da aldeia.
Com o aumento da presença de pescadores e das suas famílias, a devoção popular começou a centrar-se em São Pedro, patrono dos pescadores, refletindo a mudança do perfil da comunidade. Assim, o fervor religioso antes dirigido à Virgem do Carmo foi-se esbatendo, cedendo lugar a uma nova devoção mais alinhada com o modo de vida dos habitantes.
Apesar desta transformação cultural e espiritual, o nome original do bairro — Carmo — foi preservado como forma de honra à sua fundação e à memória dos primeiros carmelitas que ali se instalaram. A designação resistiu ao tempo, permanecendo até aos dias de hoje como um testemunho da origem sagrada e da história única deste lugar.
Hoje, o Bairro do Carmo é uma comunidade vibrante, que combina tradição e modernidade, onde se entrelaçam memórias do passado religioso e o quotidiano de uma população dinâmica. A Igreja Matriz, construída sobre o antigo convento, permanece como marco simbólico dessa herança, mantendo viva a lembrança dos primeiros passos dados por aqueles que escolheram o Carmo como lugar de fé e vida.